quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Passaremos juntos por essa, MST

Por Leandro Uchoas, da redação, 18.11.2009


O que me fascina, nisso tudo, é saber que eles vão resistir. Saber que vão apedrejá-los, ofendê-los, humilhá-los, esculachá-los, e mais uma vez eles vão resistir. Vão levar cada chibatada com o tronco ereto daqueles que não se curvam. E ao final de tudo, vão enfiar sua enxada no chão, ecoando seus cânticos de amor à terra. E então eles vão plantar. Porque só se pode atacar a liberdade de acesso à terra, e a reputação, nos telejornais. Não há mandado que retire a liberdade do cérebro, nem microfone que arranque os ideais do coração. O MST também vai passar por essa, com a grandeza típica dos homens bons.

Eu sempre achei que os grandes heróis do meu país não são aqueles que ganham corrida, muito menos os chiques engravatados das revistas semanais. Os grandes heróis do meu país são os anônimos que sujam os pés de barro, atravessam quilômetros para realizar suas tarefas simples, e doam todas as suas horas ao outro. É por isso que quero seguir ao lado deles nesse longo processo de criminalização que sofrem por parte dos poderes econômico, político, jurídico e midiático. Quero levar com eles cada chibatada. Enquanto isso, eu sei que os donos do ouro, em algum lugar de seu latifúndio, usam dos jornais escritos e falados para vender suas mentiras sobre esse povo. Afinal de contas, é o HSBC quem oferece o Jornal Nacional, e não o MST (eles mostram de cara a quem devem servir).

Mas é meu dever, nesse texto, passar uma mensagem de otimismo, diante das flechas que chegam de todos os lados. Sabe qual é o segredo dessa gente? Eles tem um vigor incrível escondido dentro do peito. Por trás das faces enrugadas, e das roupas esfarrapadas, há uma força inacreditável, que renasce a cada dia. Por isso, eu sei que eles vão seguir usando seu suor para colocar o povo em marcha e a comida na mesa. E eu quero seguir junto deles. Aos que batem tanto neles, que continuem batendo bastante, porque o lombo dos nobres não tem medo da dor. Que batam de dia e de noite, hoje e amanhã, até o dia em que decidirem sentar para descansar. É aí que eles retornarão.

Fonte: http://www.fazendomedia.com

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