quarta-feira, 14 de abril de 2010

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Patativa do Assaré



"É melhor escrever errado a coisa certa do que escrever certo a coisa errada."

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Réquiem para Arnaldo Jabor

Por Renato Prata Biar 07/04/2010

Essa figura deprimente e fracassada chamada Arnaldo Jabor, é algo realmente digno de pena. Começou a ganhar fama no Brasil através do cinema e, embora esta seja uma das mais belas artes que o homem já produziu, das mãos do Jabor não saiu absolutamente nada de extraordinário, diferente, genial, sublime, etc. Para falar a verdade, não fossem os grandes atores com os quais trabalhou (Paulo Gracindo, Fernanda Montenegro, Darlene Glória, dentre outros) seus filmes não teriam ido além da mediocridade. A sua falta de talento, sensibilidade e inteligência, que são necessárias para qualquer tipo de arte, ficaram bem claras e nítidas nos seus poucos trabalhos como cineasta. Glauber Rocha (esse sim um gênio da arte cinematográfica e com uma inteligência e sensibilidade à flor da pele) é que fez bem em não permitir a entrada do Jabor no movimento do Cinema Novo. Glauber, com certeza, já pressentia o tipo de pessoa que o rondava como mosca de padaria na tentativa de fazer parte daquele movimento que fez história no cinema brasileiro.


Uma vez, no programa do Jô Soares, o Jabor, durante uma entrevista, disse que havia parado de fazer cinema porque ele já teria feito todos os filmes que poderia fazer. O Jô não só concordou com ele (e ambos são amigos) como disse ainda que lhe internaria numa clínica psiquiátrica se ele tentasse fazer cinema novamente. Este episódio parece ser mais do que suficiente para constatarmos o tamanho do talento do Jabor para a arte cinematográfica. Ou será que alguém consegue imaginar um Glauber Rocha, um Roman Polanski, Steven Spielberg, Stanley Kubrick, Walter Salles e tantos outros diretores geniais dizendo, depois de meia dúzia de filmes, que já fizeram todos os filmes que poderiam ter feito. Alguém que realmente tem o dom, a inteligência e a sensibilidade de produzir obras de arte (sejam pinturas, esculturas, teatro, cinema, literatura, música, etc.) só para de se dedicar à sua arte quando morre ou se tiver algum outro grave impedimento físico ou psicológico que o impessa de ir em frente na busca por uma superação a cada obra. Nenhum artista abandona a sua arte; mas, é, sim, por ela abandonado. Portanto, não foi o Jabor que abandonou o cinema, foi o cinema que o abandonou.


Bem, após essa separação litigiosa que o cinema lhe impôs, o inútil Jabor ficou vagando por aí em busca de sua própria identidade e tentando um lugar ao Sol. Começou a escrever para colunas de jornal. E foi aí que cometeu seu segundo erro: achou que poderia ser escritor. Mais um fracasso! Os livros do patético Jabor são tão ruins que fariam até mesmo Paulo Coelho se sentir um Balzac perto dele. Mas como Jabor é brasileiro e não desiste nunca, ele agora pensa que é comentarista político. Para começar não conseguiu agradar sequer aqueles pelos quais ele demonstra a mais completa subserviência e alto grau de adestramento, a família Marinho. Começou falando 30 ou 40 segundos (se muito) no Jornal Nacional (horário nobre) e logo foi jogado para o Jornal da Globo (um jornal de baixíssima audiência porque seu horário é incerto e geralmente muito tarde). Mas como não lhe sobrou mais nada, ele continua a sua cruzada como comentarista, só que agora resolveu encarnar o Inspetor Javert (personagem do clássico livro de Victor Hugo, Os Miseráveis) numa versão tupiniquim e escolheu os comunistas como seu Jean Valjean (o outro personagem do livro citado acima e que é perseguido pelo Inspetor Javert de forma estúpida e até mesmo patológica). Numa recente palestra onde foram cobrados 500 reais de entrada e que tinha o título de: 1º Fórum Democracia e Liberdade de Expressão (pelo preço, fica fácil perceber que democracia aqui não é para qualquer um) o "popular" Jabor vociferou as seguintes acusações e avisos:


"Então o perigo maior que nos ronda é ficar abstratos enquanto os outros são objetivos e obstinados, furando nossa resistência. A classe, o grupo e as pessoas ligadas à imprensa têm que ter uma atitude ofensiva e não defensiva. Temos que combater os indícios, que estão todos aí. O mundo hoje é de muita liberdade de expressão, inclusive tecnológica, e isso provoca revolta nos velhos esquerdistas. Por isso tem que haver um trabalho a priori, contra isso, uma atitude de precaução. Senão isso se esvai. Nossa atitude tem que ser agressiva."


É realmente uma análise política à altura do seu talento como cineasta. O adestrado Jabor esqueceu de considerar na sua fala que a esquerda não possui um único grande meio de comunicação em todo o país. Não há ninguém de esquerda que possua grandes redes de televisão, de rádio, jornais e revistas de grandes tiragens mensais, semanais ou diárias. Ao contrário, todos os grandes meios de comunicação estão nas mãos da direita e estão sob a posse de algumas poucas famílias como os Marinho, o clã do Edir Macedo, os Saad, etc. A liberdade e a possibilidade de comunicação rápida e de grande alcance criada pela nova tecnologia, ao contrário do que diz o perturbado Javert Tupiniquim, está sendo uma grande arma de comunicação para a esquerda que, como já foi dito, não tem acesso aos meios mais convencionais e mais populares. Portanto, somente num cérebro extremamente limitado ou mal intencionado alguém pensaria que a esquerda poderia ser contra a liberdade de expressão. Os fatos provam exatamente o contrário, pois é através dessa liberdade que a esquerda está incomodando e conseguindo alcançar certos objetivos: como uma maior conscietização das pessoas, uma maior diversidade de opiniões e debates verdadeiramente críticos. Como mostram as preocupações do "brilhante" comentarista, parece que o que eles mais desejam é o retorno ao pensamento único, sem questionamentos e sem a possibilidade de uma visão crítica. O que o adestrado candidato à comentarista político está propondo para seus iguais é uma guerra ideológica para tentar frear o avanço da esquerda não só no Brasil como em toda a América Latina, pois eles sabem que estão perdendo essa guerra mesmo com o monopólio da comunicação em suas mãos.


Porém, essa derrota não foi implementada apenas no campo ideológico. O projeto defendido pelo Jabor e pela sua sua corja é o mesmo que exauriu e massacrou os trabalhadores latino americanos durante a década de 1990, mas que acabou por alavancar os movimentos sociais e partidos de esquerda em toda a América Latina para a luta política e pela disputa do poder com as classes dominantes: o projeto neoliberal. Um sistema que defende o individualismo, a supremacia do mercado e do lucro sobre a vida e uma falsa meritocracia. Não há méritos quando alguns poucos começam uma corrida já com um dos pés na linha de chegada, enquanto a grande maioria tem que percorrer todo o trajeto para completar a prova. Essa é uma concepção de mundo que tem como ideal de justiça a perpetuação de uma classe no poder e de um sistema que concretiza, reproduz e aprofunda as condições de desigualdade e miséria. Eles temem uma sociedade mais igualitária e mais justa porque sabem que somente numa sociedade com essas características pode-se falar em mérito, pois todos partem de uma mesma base material, numa real igualdade de condições. O que seria do Jabor, por exemplo, se tivesse nascido pobre, negro e morador de favela? Se com todas as vantagens e benefícios que ele obteve por sua condição de classe, não conseguiu superar sequer o patamar do medíocre em tudo aquilo que se propôs a fazer, pode-se pelo menos imaginar o que seria dele em tais condições tão adversas...


Para concluir, gostaria apenas de comunicar ao fracassado Jabor sobre a sua própria morte, dedicar-lhe um belo réquiem e desejar, sinceramente, que descanse em paz!




Renato Prata Biar; Historiador; Pós-graduado em filosofia; Rio de Janeiro; RJ

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Eleições...



http://tudo-em-cima.blogspot.com/

sábado, 3 de abril de 2010

Festival Cultura - Max gonzaga

A pergunta que não quer calar: Afinal, por que a Classe Média é tão burra?



Vira e mexe essas perguntas vêm à tona em discussões entre amigos: qual o problema com o pessoal da Classe Média, por que são tão burros e insistem em apoiar políticos que só querem tomar o poder para beneficiar meia dúzia de amigos bem nascidos, seus familiares inescrupulosos e aqueles que os financiam?

Um parêntese: esse tipo de político, que disfarça cinicamente suas verdadeiras intenções mesquinhas com um discurso moralista e conservador, está melhor representado hoje no Brasil em partidos como o PSDB e o DEMo (ex-PFL). Mas isso pode mudar amanhã se os podres de ricos acharem que essas pessoas não os estão mais representando adequadamente...

Para mim, a resposta é óbvia: a turma da Classe Média não tem "consciência de classe". E você não precisa ler as obras do Marx para enteder o que isso quer dizer. É fácil.

Converse com uma pessoa pobre, à beira da miséria. Ela sabe que é pobre, não tem ilusões sobre a sua condição social. Pode ser que não faça nada para mudar isso e passe seu tempo dentro de uma igreja, onde é invariavalmente ensinada a se conformar com sua situação com frases do tipo "a pobreza é sua cruz e vai te garantir um lugar nos céus", ou vendo as alienantes novelas da Globo. Porém, mesmo que não se de conta disso racionalmente, essa pessoa tem consciência de classe.

A mesma coisa vale para os podres de rico. E aqui estou falando dos Antônio Ermírios, dos Daniel Dantas da vida, sujeitos que tem mansões (no Brasil e no exterior), fazendas, iates, helicópteros, aviões carros importados, ilhas, etc, etc - ou seja, um tipo de gente que pobres mortais como eu e você só vemos no cinema ou na capa da revista Exame. Esses caras têm cosciência de classe, podem ter certeza! É só ver como adoram ver os outros (pobres e remediados) seguindo as Leis e os códigos morais que seus lacaios inventam e disseminam para controlá-los, ao mesmo tempo que infringem todos eles... Por que vocês acham que eles têm verdadeiros batalhões de advogados a servi-los 24 horas?

E é no meio disso que se encontra a Classe Média, que no Brasil se subdivide em três tipos:

1) Classe Média Alta - sabe aquele tipinho que trabalha como escravo num alto cargo de multinacional para manter uma casa de dois andares num condomínio fechado, três carros de luxo na garagem, um apê no Guaruja, paga alta mesada para aos filhos e centenas de plásticas à esposa perua (para não encherem o seu saco enquanto se esbalda com amantes e prostitutas de luxo) - e ainda assim se acha membro da "raça superior" só porque, um dia na festa de fim de ano, o dono da empresa deu um tapinha nas costas dele? Pois é, esse é o preferido dos podres de rico, o mais fácil de ser comprado e manipulado...

2) Classe Média Média - tem um nível de vida razoável, algum conforto, um apêzinho de três quartos na periferia, carrinho popular zero (com prestações a perder de vista), educa os filhos em colégios elitizados e vive no limite do cheque especial para manter isso. É o tipo que trabalha hoje para pagar as contas amanhã. Esse eu conheço bem, pois fui criado como um deles pelo menos até os meus 18 anos (saiba como consegui obter, às duras penas, minha "consciência de classe" lendo meus relatos "Eu Também Já Fui Papagaio da Direita" e "Como Comecei a Ver e Sentir a Matrix"). São aqueles que vivem com medo de perder tudo, sempre no limite do estresse e manipulados pelo terrorismo midiático, ao mesmo tempo que morrem de raiva de quem é igual a eles, porém está do "outro lado" do muro, à esquerda, lutando por um mundo melhor.

3) Classe Média Baixa - resumidamente, são aqueles que trabalham hoje para pagar as contas de ontem, mas mesmo assim ainda são capazes de morar numa casinha bonitinha, ter um carrrinho mais ou menos novo e dar um mínimo de conforto e educação aos filhos (de preferência em escolas estaduais gratuitas). Não são tão raivosos quando o acima citado, porém num misto de conformismo, alienação e vontade de subir na vida, são capazes de tudo para agradar os "de cima". Esses, infelizmente, são os melhores tipos para serem usados como jagunços dos poderosos, como se fossem os capitães do mato pós-modernos (para quem não sabe, capitão do mato era um ex-escravo recém libertado que era contratado pelo próprio ex-dono para perseguir escravos fugitivos).

Então, entre os pobres que mal conseguem se manter vivos e os podres de ricos que acham divertido pagar R$ 7.000 num sapato na Daslu, estão os pobres coitados da Classe Média. Espremidos entre a miséria total e a riqueza absoluta, vivem delirando que um dia vão "chegar lá" no topo da pirâmide e virar um "chapa" do Antônio Ermírio.

E para isso, sonham, basta trabalharem bastante, serem bonzinhos, não questionarem as regras e, acima de tudo, defenderem os interesses daqueles chiques e famosos - afinal de contas, são seus próprios interesses já que um dia eles mesmo poderão também estar lá em cima comprando suas ilhas particulares, não é mesmo?

Essa foi, na minha opinião singela, a grande "sacada" dos podres de ricos: convencer os boçais da Classe Média, por meio de seus aparatos midiáticos (cinema, televisão, jornais, revistas, etc) de que eles estão mesmo bem mais próximos do topo da pirâmide do que da base e que para chegar lá em cima não é difícil, basta ter esforço e dedicação... É aquela velha piada do cara sentando em cima do trabalhador com uma cenoura na ponta de uma vara de pescar - o de baixo vai sair correndo para tentar pegar a cenoura, enquanto carrega o outro nas costas sem nunca coseguir alcançar seu "prêmio".

Se a turma da Classe Média tivésse a mínima consciência de classe, estaria sempre ao lado dos pobres e miseráveis lutando por melhor distribuição de renda, respeito aos direitos humanos e por Justiça social. E não faria isso por altruísmo ou caridade, mas sim por necessidade, para garantir sua própria sobrevivência e um futuro melhor para seus filhos.

O motivo para isso é óbvio, não? Quanto menos pobreza e injustiças existirem no mundo e quanto menor for o abismo que separa as classes sociais, menos chance de perder tudo e viver na miséria as pessoas vão ter. Assim, ao invés de ficarem agarrados desesperadamente ao pouco que tem - tornando-se presa fácil do discurso cínico dos "conservadores" - a Classe Média poderia viver em paz, sem medo do amanhã e sem ódio dos que ousam ter consciência de classe e lutam por um mundo melhor para todos.

http://tudo-em-cima.blogspot.com

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Carrara: Operação “Tempestade no Cerrado”, o que fazer?

O PT é um partido sem mídia…
O PSDB é uma mídia com partido…

por Mauro Carrara

“Tempestade no Cerrado”: é o apelido que ganhou nas redações a operação de bombardeio midiático sobre o governo Lula, deflagrada nesta primeira quinzena de Março, após o convescote promovido pelo Instituto Millenium.

A expressão é inspirada na operação “Tempestade no Deserto”, realizada em fevereiro de 1991, durante a Guerra do Golfo.

Liderada pelo general norte-americano Norman Schwarzkopf, a ação militar destruiu parcela significativa das forças iraquianas. Estima-se que 70 mil pessoas morreram em decorrência da ofensiva.

A ordem nas redações da Editora Abril, de O Globo, do Estadão e da Folha de S. Paulo é disparar sem piedade, dia e noite, sem pausas, contra o presidente, contra Dilma Roussef e contra o Partido dos Trabalhadores.

A meta é produzir uma onda de fogo tão intensa que seja impossível ao governo responder pontualmente às denúncias e provocações.

As conversas tensas nos “aquários” do editores terminam com o repasse verbal da cartilha de ataque.

1) Manter permanentemente uma denúncia (qualquer que seja) contra o governo Lula nos portais informativos na Internet.

2) Produzir manchetes impactantes nas versões impressas. Utilizar fotos que ridicularizem o presidente e sua candidata.

3) Ressuscitar o caso “Mensalão”, de 2005, e explorá-lo ao máximo. Associar Lula a supostas arbitrariedades cometidas em Cuba, na Venezuela e no Irã.

4) Elevar o tom de voz nos editoriais.

5) Provocar o governo, de forma que qualquer reação possa ser qualificada como tentativa de “censura”.

6) Selecionar dados supostamente negativos na Economia e isolá-los do contexto.

7) Trabalhar os ataques de maneira coordenada com a militância paga dos partidos de direita e com a banda alugada das promotorias.

8) Utilizar ao máximo o poder de fogo dos articulistas.

Quem está por trás

Parte da estratégia tucano-midiática foi traçada por Drew Westen, norte-americano que se diz neurocientista e costuma prestar serviços de cunho eleitoral.

É autor do livro The Political Brain, que andou pela escrivaninha de José Serra no primeiro semestre do ano passado.

A tropicalização do projeto golpista vem sendo desenvolvida pelo “cientista político” Alberto Carlos Almeida, contratado a peso de ouro para formular diariamente a tática de combate ao governo.

Almeida escreveu Por que Lula? e A cabeça do brasileiro, livros que o governador de São Paulo afirma ter lido em suas madrugadas insones.

O conteúdo

As manchetes dos últimos dias, revelam a carga dos explosivos lançados sobre o território da esquerda.

Acusam Lula, por exemplo, de inaugurar uma obra inacabada e “vetada” pelo TCU.

Produzem alarde sobre a retração do PIB brasileiro em 2009.

Criam deturpações numéricas.

A Folha de S. Paulo, por exemplo, num espetacular malabarismo de ideias, tenta passar a impressão de que o projeto “Minha Casa, Minha Vida” está fadado ao fracasso.

Durante horas, seu portal na Internet afirmou que somente 0,6% das moradias previstas na meta tinham sido concluídas.

O jornal embaralha as informações para forjar a ideia de que havia alguma data definida para a entrega dos imóveis.

Na verdade, estipulou-se um número de moradias a serem financiadas, mas não um prazo para conclusão das obras. Vale lembrar que o governo é apenas parceiro num sistema tocado pela iniciativa privada.

A mesma Folha utilizou seu portal para afirmar que o preço dos alimentos tinha dobrado em um ano, ou seja, calculou uma inflação de 100% em 12 meses.

A leitura da matéria, porém, mostra algo totalmente diferente. Dobrou foi a taxa de inflação nos dois períodos pinçados pelo repórter, de 1,02% para 2,10%.

Além dos deturpadores de números, a Folha recorre aos colunistas do apocalipse e aos ratos da pena.

É o caso do repórter Kennedy Alencar. Esse, por incrível que pareça, chegou a fazer parte da assessoria de imprensa de Lula, nos anos 90.

Hoje, se utiliza da relação com petistas ingênuos e ex-petistas para obter informações privilegiadas. Obviamente, o material é sempre moldado e amplificado de forma a constituir uma nova denúncia.

É o caso da “bomba” requentada neste março. Segundo Alencar, Lula vai “admitir” (em tom de confissão, logicamente) que foi avisado por Roberto Jefferson da existência do Mensalão.

Crimes anônimos na Internet

Todo o trabalho midiático diário é ecoado pelos hoaxes distribuídos no território virtual pelos exércitos contratados pelos dois partidos conservadores.

Três deles merecem destaque…

1) O “Bolsa Bandido”. Refere-se a uma lei aprovada na Constituição de 1988 e regulamentada pela última vez durante o governo de FHC. Esses fatos são, evidentemente, omitidos. O auxílio aos familiares de apenados é atribuído a Lula. Para completar, distorce-se a regra para a concessão do benefício.

2) Dilma “terrorista”. Segundo esse hoax, além de assaltar bancos, a candidata do PT teria prazer em torturar e matar pacatos pais de família. A versão mais recente do texto agrega a seguinte informação: “Dilma agia como garota de programa nos acampamentos dos terroristas”.

3) O filho encrenqueiro. De acordo com a narração, um dos filhos de Lula teria xingado e agredido indefesas famílias de classe média numa apresentação do Cirque du Soleil.

O que fazer

Sabe-se da incapacidade dos comunicadores oficiais. Como vivem cercados de outros governistas, jamais sentem a ameaça. Pensam com o umbigo.

Raramente respondem à injúria, à difamação e à calúnia. Quando o fazem, são lentos, pouco enfáticos e frequentemente confusos.

Por conta dessa realidade, faz-se necessário que cada mente honesta e articulada ofereça sua contribuição à defesa da democracia e da verdade.

São cinco as tarefas imediatas…

1) Cada cidadão deve estabelecer uma rede com um mínimo de 50 contatos e, por meio deles, distribuir as versões limpas dos fatos. Nesse grupo, não adianda incluir outros engajados. É preciso que essas mensagens sejam enviadas à Tia Gertrudes, ao dentista, ao dono da padaria, à cabeleireira, ao amigo peladeiro de fim de semana. Não o entupa de informação. Envie apenas o básico, de vez em quando, contextualizando os fatos.

2) Escreva diariamente nos espaços midiáticos públicos. É o caso das áreas de comentários da Folha, do Estadão, de O Globo e de Veja. Faça isso diariamente. Não precisa escrever muito. Seja claro, destaque o essencial da calúnia e da distorção. Proceda da mesma maneira nas comunidades virtuais, como Facebook e Orkut. Mas não adianta postar somente nas comunidades de política. Faça isso, sem alarde e fanatismo, nas comunidades de artes, comportamento, futebol, etc. Tome cuidado para não desagradar os outros participantes com seu proselitismo. Seja elegante e sutil.

3) Converse com as pessoas sobre a deturpação midiática. No ponto de ônibus, na padaria, na banca de jornal. Parta sempre de uma concordância com o interlocutor, validando suas queixas e motivos, para em seguida apresentar a outra versão dos fatos.

4) Em caso de matérias com graves deturpações, escreva diretamente para a redação do veículo, especialmente para o ombudsman e ouvidores. Repasse aos amigos sua bronca.

5) Se você escreve, um pouquinho que seja, crie um blog. É mais fácil do que você pensa. Cole lá as informações limpas colhidas em bons sites, como aqueles de Azenha, PHA,Grupo Beatrice, entre outros. Mesmo que pouca gente o leia, vai fazer volume nas indicações dos motores de busca, como o Google. Monte agora o seu.

A guerra começou. Não seja um desertor.