sábado, 22 de agosto de 2009
Mitos e fatos II
"Enfrentamos a ira dos poderosos que não se conformaram em perder o poder ; eles sabem que aqui na Bolívia, um índio, cocaleiro e no Brasil, um metalúrgico, sindicalista estão fazendo mais do que eles fizeram em todo o século XX" (Presidente Lula ao Presidente Evo Morales, em Chimoré,Bolívia; 22 -08)
sábado, 15 de agosto de 2009
Mitos e fatos...
"Petrobrás tem o maior lucro do mundo entre as petroleiras; Banco do Brasil tem o melhor desempenho entre os bancos nacionais. Como era mesmo aquele discurso neoliberal, 'a ineficiência do setor público'?"
sábado, 8 de agosto de 2009
quinta-feira, 6 de agosto de 2009
Mas afinal, arte para quê?
Urge reconhecer o quanto do conhecimento, das leituras de mundo, das impressões e expressões da humanidade está registrado pela arte, representado pela arte, concretizado numa obra de arte, mobilizado no fazer artístico.
Isabel Marques e Fábio Brazil
Sensacional o número de respostas que recebemos na abertura desta coluna com o artigo Arte & Ensino: professores de arte, alunos e professores universitários, mães, pais, artistas, todos deram seu recado e fizeram questão de frisar a importância do assunto e narrar boas, más ou nenhuma lembrança de seus professores de arte da infância. Se a arte na escola fosse realmente dispensável, não teríamos tido um retorno tão contundente!
Para grande parcela da população, no entanto, assim como afirmaram muitos de nossos leitores, o professor de Arte ainda tem pouca importância, pouco espaço na escola e a Arte não é valorizada, ainda é vista como perfumaria. Então, por que ensinar Arte na escola?
A pergunta pode parecer absurda e ridícula para aqueles já convencidos da necessidade de termos Arte como uma componente curricular, mas não é. Se nós, os já convencidos, não formos capazes de responder clara e precisamente a essa questão, os não-convencidos ou aqueles que diluem Arte em Desenho Geométrico terão toda liberdade de desprezá-la, de não valorizá-la e, até mesmo, de pleitear o seu fim.
Podemos começar a conversa aceitando o fato de que, lamentavelmente, em muitas escolas, os professores e a matéria de Arte são mesmo “dispensáveis” (assim como muitos professores de matemática, geografia e inglês também!), pois não têm compromisso com o ensino, respeito pelos alunos e muito menos conhecimento específico de arte em si.
Por outro lado, quando temos contato com trabalhos sérios realizados por professores de Arte temos certeza absoluta do quão indispensável é esta área do conhecimento nas escolas e do quanto foram transformados os alunos que participaram destes processos de construção do conhecimento. Talvez caiba novamente uma pergunta – será que aqueles que não valorizam a arte na escola realmente tiveram acesso ao universo da arte e do artista por meio de seus professores?
Eis um primeiro bom motivo inicial para a presença da arte na escola: acesso.
Qualquer pessoa pode reconhecer o quanto do conhecimento, das leituras de mundo, das impressões e expressões da humanidade está registrado pela arte, representado pela arte, concretizado numa obra de arte, mobilizado no fazer artístico. Pois bem: ter Arte na escola é dar acesso a todas as crianças, jovens e adultos a esse conhecimento, sistematizando as diferentes linguagens que nos possibilitam interagir no mundo de uma forma diferente e diferenciada.
Surgem daí, duas questões - nossos interlocutores que desprezam o ensino de Arte nas escolas estão interessados em leituras múltiplas e diálogos críticos com o mundo em que vivemos? - Nossos professores de Arte, estão preparados para exercer o papel de articuladores do conhecimento e sistematizador de linguagens?
Já existem muitas teses, livros e artigos que argumentam em favor da arte na escola. Vamos a um outro argumento, simples e inicial, porém crucial para compreendermos o sentido da arte na vida em sociedade.
Uma vez articulada pelo professor, as diferentes linguagens artísticas possibilitam-nos diversas leituras de mundo imbricadas entre si e em movimento dialógico constante entre pessoas, tempos e espaços. As diversas leituras de mundo via diferentes linguagens – não somente a verbal – possibilitam-nos conhecer, reconhecer, re-significar e expressar o sentido da vida em sociedade.
Cada linguagem artística que conhecemos possibilita-nos um novo olhar e uma nova vivência de mundo. As linhas, cores, texturas, volumes propostos pelas artes visuais abrem-nos para leitura dos mundos de imagens em que vivemos. As formas, a ocupação do espaço, as qualidades do movimento presentes na linguagem da dança, abrem as portas para o corpo no mundo, para o ser corpóreo que somos. Os timbres, ritmos, melodias da linguagem da música, por sua vez, abrem as janelas dos sons, das diversas paisagens sonoras que compõem o nosso cotidiano. Pelo teatro, abrimos as portas das relações pessoais, das personagens, do texto, do espaço cênico. A visualidade, a sonoridade e forma das palavras tomam novo sentido ao estudarmos a linguagem da poesia. Ou seja, por intermédio do conhecimento e vivência das linguagens artísticas, tornamo-nos seres mais amplos, mais profundos, mais complexos, mais múltiplos e, conseqüentemente, mais conscientes e compromissados. Mas a quem interessa tudo isso?
Sim, eis mais uma pergunta justa. Ou o professor de Arte está interessado em tudo isso, ou não está ensinado arte. É importante termos certeza de que toda a potencialidade do ensino de Arte só se tornará real se o professor de Arte acreditar que pode atuar como agente transformador dos/com seus alunos e conseqüentemente da sociedade em que vivem e que esse é um dos focos essenciais do exercício da sua profissão. Caso contrário, continuaremos sendo professores dispensáveis colando bandeirinhas para a festa de São João.
(*) Isabel Marques e Fábio Brazil, professores e artistas, dirigem o CALEIDOS ARTE E ENSINO em São Paulo, capital, ministrando cursos e prestando assessoria a secretarias de educação, escolas públicas e privadas nas áreas de dança e poesia.
Fonte: http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=8025
Isabel Marques e Fábio Brazil
Sensacional o número de respostas que recebemos na abertura desta coluna com o artigo Arte & Ensino: professores de arte, alunos e professores universitários, mães, pais, artistas, todos deram seu recado e fizeram questão de frisar a importância do assunto e narrar boas, más ou nenhuma lembrança de seus professores de arte da infância. Se a arte na escola fosse realmente dispensável, não teríamos tido um retorno tão contundente!
Para grande parcela da população, no entanto, assim como afirmaram muitos de nossos leitores, o professor de Arte ainda tem pouca importância, pouco espaço na escola e a Arte não é valorizada, ainda é vista como perfumaria. Então, por que ensinar Arte na escola?
A pergunta pode parecer absurda e ridícula para aqueles já convencidos da necessidade de termos Arte como uma componente curricular, mas não é. Se nós, os já convencidos, não formos capazes de responder clara e precisamente a essa questão, os não-convencidos ou aqueles que diluem Arte em Desenho Geométrico terão toda liberdade de desprezá-la, de não valorizá-la e, até mesmo, de pleitear o seu fim.
Podemos começar a conversa aceitando o fato de que, lamentavelmente, em muitas escolas, os professores e a matéria de Arte são mesmo “dispensáveis” (assim como muitos professores de matemática, geografia e inglês também!), pois não têm compromisso com o ensino, respeito pelos alunos e muito menos conhecimento específico de arte em si.
Por outro lado, quando temos contato com trabalhos sérios realizados por professores de Arte temos certeza absoluta do quão indispensável é esta área do conhecimento nas escolas e do quanto foram transformados os alunos que participaram destes processos de construção do conhecimento. Talvez caiba novamente uma pergunta – será que aqueles que não valorizam a arte na escola realmente tiveram acesso ao universo da arte e do artista por meio de seus professores?
Eis um primeiro bom motivo inicial para a presença da arte na escola: acesso.
Qualquer pessoa pode reconhecer o quanto do conhecimento, das leituras de mundo, das impressões e expressões da humanidade está registrado pela arte, representado pela arte, concretizado numa obra de arte, mobilizado no fazer artístico. Pois bem: ter Arte na escola é dar acesso a todas as crianças, jovens e adultos a esse conhecimento, sistematizando as diferentes linguagens que nos possibilitam interagir no mundo de uma forma diferente e diferenciada.
Surgem daí, duas questões - nossos interlocutores que desprezam o ensino de Arte nas escolas estão interessados em leituras múltiplas e diálogos críticos com o mundo em que vivemos? - Nossos professores de Arte, estão preparados para exercer o papel de articuladores do conhecimento e sistematizador de linguagens?
Já existem muitas teses, livros e artigos que argumentam em favor da arte na escola. Vamos a um outro argumento, simples e inicial, porém crucial para compreendermos o sentido da arte na vida em sociedade.
Uma vez articulada pelo professor, as diferentes linguagens artísticas possibilitam-nos diversas leituras de mundo imbricadas entre si e em movimento dialógico constante entre pessoas, tempos e espaços. As diversas leituras de mundo via diferentes linguagens – não somente a verbal – possibilitam-nos conhecer, reconhecer, re-significar e expressar o sentido da vida em sociedade.
Cada linguagem artística que conhecemos possibilita-nos um novo olhar e uma nova vivência de mundo. As linhas, cores, texturas, volumes propostos pelas artes visuais abrem-nos para leitura dos mundos de imagens em que vivemos. As formas, a ocupação do espaço, as qualidades do movimento presentes na linguagem da dança, abrem as portas para o corpo no mundo, para o ser corpóreo que somos. Os timbres, ritmos, melodias da linguagem da música, por sua vez, abrem as janelas dos sons, das diversas paisagens sonoras que compõem o nosso cotidiano. Pelo teatro, abrimos as portas das relações pessoais, das personagens, do texto, do espaço cênico. A visualidade, a sonoridade e forma das palavras tomam novo sentido ao estudarmos a linguagem da poesia. Ou seja, por intermédio do conhecimento e vivência das linguagens artísticas, tornamo-nos seres mais amplos, mais profundos, mais complexos, mais múltiplos e, conseqüentemente, mais conscientes e compromissados. Mas a quem interessa tudo isso?
Sim, eis mais uma pergunta justa. Ou o professor de Arte está interessado em tudo isso, ou não está ensinado arte. É importante termos certeza de que toda a potencialidade do ensino de Arte só se tornará real se o professor de Arte acreditar que pode atuar como agente transformador dos/com seus alunos e conseqüentemente da sociedade em que vivem e que esse é um dos focos essenciais do exercício da sua profissão. Caso contrário, continuaremos sendo professores dispensáveis colando bandeirinhas para a festa de São João.
(*) Isabel Marques e Fábio Brazil, professores e artistas, dirigem o CALEIDOS ARTE E ENSINO em São Paulo, capital, ministrando cursos e prestando assessoria a secretarias de educação, escolas públicas e privadas nas áreas de dança e poesia.
Fonte: http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=8025
The Genius in Us
All children are born geniuses, and we spend the first six years
of their lives degeniusing them.
Buckminster Fuller
of their lives degeniusing them.
Buckminster Fuller
Assinar:
Postagens (Atom)