quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Passaremos juntos por essa, MST

Por Leandro Uchoas, da redação, 18.11.2009


O que me fascina, nisso tudo, é saber que eles vão resistir. Saber que vão apedrejá-los, ofendê-los, humilhá-los, esculachá-los, e mais uma vez eles vão resistir. Vão levar cada chibatada com o tronco ereto daqueles que não se curvam. E ao final de tudo, vão enfiar sua enxada no chão, ecoando seus cânticos de amor à terra. E então eles vão plantar. Porque só se pode atacar a liberdade de acesso à terra, e a reputação, nos telejornais. Não há mandado que retire a liberdade do cérebro, nem microfone que arranque os ideais do coração. O MST também vai passar por essa, com a grandeza típica dos homens bons.

Eu sempre achei que os grandes heróis do meu país não são aqueles que ganham corrida, muito menos os chiques engravatados das revistas semanais. Os grandes heróis do meu país são os anônimos que sujam os pés de barro, atravessam quilômetros para realizar suas tarefas simples, e doam todas as suas horas ao outro. É por isso que quero seguir ao lado deles nesse longo processo de criminalização que sofrem por parte dos poderes econômico, político, jurídico e midiático. Quero levar com eles cada chibatada. Enquanto isso, eu sei que os donos do ouro, em algum lugar de seu latifúndio, usam dos jornais escritos e falados para vender suas mentiras sobre esse povo. Afinal de contas, é o HSBC quem oferece o Jornal Nacional, e não o MST (eles mostram de cara a quem devem servir).

Mas é meu dever, nesse texto, passar uma mensagem de otimismo, diante das flechas que chegam de todos os lados. Sabe qual é o segredo dessa gente? Eles tem um vigor incrível escondido dentro do peito. Por trás das faces enrugadas, e das roupas esfarrapadas, há uma força inacreditável, que renasce a cada dia. Por isso, eu sei que eles vão seguir usando seu suor para colocar o povo em marcha e a comida na mesa. E eu quero seguir junto deles. Aos que batem tanto neles, que continuem batendo bastante, porque o lombo dos nobres não tem medo da dor. Que batam de dia e de noite, hoje e amanhã, até o dia em que decidirem sentar para descansar. É aí que eles retornarão.

Fonte: http://www.fazendomedia.com

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Liberdade de expressão

Por Antonio Ozaí da Silva em 20/10/2009

“… Liberdade, essa palavra
que o sonho humano alimenta
que não há ninguém que explique
e ninguém que não entenda…”
(Cecília Meireles)[1]

“Ninguém luta contra a liberdade; no máximo, luta-se contra a liberdade dos outros. Por isso, todos os tipos de liberdade existiram sempre, às vezes como uma prerrogativa particular, outras como um direito geral”
(Karl Marx)[2]

Rosa Luxemburgo afirmou que a liberdade é sempre a liberdade de quem pensa diferente de nós. É hipocrisia falar em liberdade se a restringirmos aos “nossos”, aos que “professam a mesma fé” e freqüentam a “mesma igreja” e a negamos aos “hereges” e aos que nos “ofendem” com as suas críticas. A verdade é que, em geral, não gostamos da crítica. Ela pode abalar nossas certezas, tumultuar nossas mentes e sentimentos – em especial, quando o ego é inflado.

É um raciocínio artificioso negar o direito de expressão em nome dos formalismos acadêmicos ou da crítica bem-comportada. Também é um artifício recusar o direito do outro exprimir a crítica com o argumento de que a crítica é ideológica. Há certos ideólogos que não vêem a si mesmos enquanto defensores de ideologias. Certa feita diverti-me com o argumento de que a crítica a um determinado filme era ideológica, como se a defesa da obra em questão não o fosse. Não há crítica nem defesa isentas de valores ideológicos. Mas existem os “guardiões das verdades eternas” que aprisionam a liberdade de expressão a determinados “campos ideológicos”. Os menos sectários e intolerantes até aceitam a crítica, desde que esta seja interna, isto é, formulada no interior da “Igreja Universal”, a qual abarca os “profetas” e “salvadores da humanidade” que compartilham os mesmos “ismos”.

Não existe liberdade de expressão se o indivíduo e/ou grupo define o objeto e a abrangência da crítica; a liberdade de expressão é uma ilusão se limitada pela ideologia e/ou religião. A rigor, nada está livre da crítica. E se esta não for livre, apenas demonstra o grau de autoritarismo e intolerância presente na sociedade e, paradoxalmente, muitas vezes amparadas por críticos dessa e pretensos defensores da liberdade de expressão. Existem os que defendem a liberdade de crítica desde que “entre os nossos”. Tais paladinos da liberdade, se pudessem controlar o Estado e a sociedade, não vacilariam em negá-la aos que pensam diferente deles. Infelizmente, a história oferece provas factuais e nem todos aprenderam com os erros cometidos no passado. Ou a liberdade implica no direito do outro divergir ou é uma farsa.

A sociedade e o Estado, em maior ou menor grau, impõem limites materiais e legais à liberdade de expressão. Tenho a liberdade de escrever, mas me faltam as condições econômicas para publicar e dependo do mercado editorial. Posso escrever meu artigo, mas nada me garante que será publicado no jornal da cidade que moro. Há também o limite psicológico e moral, valores e crenças que internalizamos. Nem sempre escrevemos tudo o que pensamos.

Na verdade, a liberdade de expressão é limitada pela “patrulha ideológica” externa e interna, somos vigiados e nos vigiamos. Não obstante, ela é fundamental e necessária. Se almejamos a coerência entre a utopia anticapitalista e a nossa práxis, devemos adotar sua defesa como uma conduta. Mas não se limitando à cômoda defesa da “minha” liberdade e/ou dos “meus”. É essencial defender a liberdade do “outro” se expressar, ainda que sua língua seja ferina e a crítica nos melindre e perturbe. Se a crítica causa desassossego e instiga a pensar, cumpriu o seu papel. Recusar a liberdade de expressão ao crítico não é apenas um sintoma do autoritarismo, é também a recusa ao pensar e o temor de questionar as próprias verdades.

[1] MEIRELES, Cecília. Romanceiro da Inconfidência. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2005.

[2] MARX, Karl. Liberdade de Imprensa. Porto Alegre: L&PM, 2006.

Fonte: http://www.consciencia.net/?p=977

domingo, 18 de outubro de 2009

Mitos e Fatos III

"Quatorze milhões de euros: abri mão mesmo e hoje estou feliz aqui.O dinheiro ajuda, mas não traz a felicidade. Muita gente ficou com raiva de mim, muito jornalista. As pessoas ficam incomodadas..."
(Adriano, sobre o valor que perdeu ao deixar a Inter de Milão;18-10)

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Não me venham falar em liberdade agitando no ar vossas correntes

ASSIM FALOU VARGAS VILA

"Curar-se de certas excentricidades, é fazer como os outros: cretinizar-se; a primeira condição de ser coletivo é ser abjeto."

"...é quase um dever de quem pensa e de quem tem desprezo pela pobreza mental generalizada do cotidiano. É quase uma obrigação de quem tem horror a esses magotes ainda não nascidos plenamente que além da televisão e das feijoadas só conseguem dialogar sobre os ângulos e os pregos da cruz. Dever de quem se sente asfixiado no meio de toda essa ignorância instituída, desse atraso social incurável onde todos os projetos pretensamente revolucionários foram para a merda, e onde a vida se resume em falar mal dos outros, em ir às soirées, ter um emprego, uma casa, uma falsificação de Picasso, um carro e o certificado de filiação a uma das tantas e nefastas agremiações idólatras, idealistas e teológicas que, apesar do poder difamatório que dispõem, não são mais do que prostíbulos de infâmia."

“Assim falou Vargas Vila”

Anátemas sobre livros, amizade, política, religião etc.

“Duvide. Nenhuma fé até hoje foi tolerante. A dúvida é a tolerância. A fé levantou fogueiras, a dúvida não as levantará jamais. Toda fé é uma tirania e todo crente é um escravo. Não acredite”

Vargas Vila


As palavras de Vargas Vila nos convidam à reflexão; seus temas são universais. Ele me foi apresentado por Ezio Flavio Bazzo, organizador do livro “Assim falou Vargas Vila”.[1] O autor dos 323 anátemas selecionados, cujo nome completo é José Maria de la Concepción Apolinar Vargas Vila Bonilla, nasceu na Colômbia em 1860 e morreu no ano de 1933, em Barcelona.

Os trechos apresentados por Bazzo constituem apenas uma pequena amostra das milhares de páginas que compõem a obra de Vargas Vila. São, porém, suficientes para escandalizar uns e levar outros a refletir sobre os significados mais profundos da vida em sociedade. Este autor maldito, banido de sua terra natal, foi um “novelista, militante panfletário, jornalista, niilista, ateu, anticlerical e obsessivamente indignado com a palhaçada fastidiosa reinante na América Latina, principalmente com o carneirismo vergonhoso de sua política e de suas assembléias” (Bazzo, 2005: p. XXIII). Seus livros foram censurados, queimados em praça pública e a igreja ameaçou de excomunhão quem se atrevesse a lê-los.

Embora escritas há muito tempo, suas palavras são pertinentes e “têm tudo-a-ver com o hospício vigente de nosso cotidiano e com as psicopatologias secretas e reincidentes de nosso imaginário...” (Id.: XXXII). Os fanáticos de todos os tipos, religiosos e/ou políticos, provavelmente se sentirão desconfortáveis se lerem frases como estas:

“Aspirar em desmascarar ou em eliminar as falsas verdades já é ter uma fé em uma verdade; e eu não sei em quê o despotismo científico que padecemos seja mais livre que o despotismo teológico que o precedeu; e isso, porque toda fé é uma tirania; e mudar de fé, é mudar de servidão; só a dúvida é livre” (XXXVIII).

“A idéia que se cristaliza, já não é uma idéia, é um preconceito, e pode haver algo mais prejudicial que um preconceito filosófico? Desse detrito de todas as idéias é que se formam as religiões” (LXX).

“Não existe nada mais vil na escala dos despotismos que o escravo intelectual ou, melhor dizendo, o intelectual escravo, que tendo consciência de sua baixeza, não renuncia a ela. Para ele, a escravidão não é uma desgraça, mas sim uma profissão” (LXXIX).

Os dogmáticos têm dificuldade em admitir que “só a dúvida é livre”. O sectário necessita veementemente acreditar em sua fé, em sua verdade absoluta. O passo seguinte é a tentativa, dissimulada ou violenta, de impor o que considera “justo” e “verdadeiro”. Tais indivíduos não se contentam em querer o “paraíso” apenas para si, mas precisam “salvar” os que não comungam das suas idéias e crenças. Eles almejam impor o “seu paraíso”, os seus deuses e ídolos. Vêem-se como pastores cuja missão é arrebanhar o máximo de almas possível; sua retórica catequética tem como método o medo e o argumento maniqueísta. Eles se consideram os “eleitos”, e os que não aderem à sua “igreja” são os a serem “salvos”, os “perdidos” e, no limite, os “condenados”. Como fala Vila Vargas:

“Aquele que está disposto a sacrificar sua vida por uma idéia, está disposto também a sacrificar a dos outros em homenagem a ela; por isso se pode tão facilmente fazer de um mártir, um verdugo” (XLV).

Os mártires do nosso tempo, com suas “guerras justas”, são os soldados da intolerância, da ideologia política que se transmuta em religião. É o despotismo renitente que ressurge, ainda que sob a capa da política racional e da ciência. Para Vargas Vila:

“O grande cúmplice da tirania é o silêncio; não atacar o despotismo é a maneira mais covarde de servi-lo; não denunciá-lo é auxiliá-lo; estar próximo dele sem feri-lo é a maneira mais vil de protegê-lo; e proteger o crime é mil vezes pior que cometê-lo; eis aí a hora em que a palavra é um dever e o silêncio é um crime” (XLVIII).

O dever do intelectual é romper o silêncio, ainda que sua voz seja abafada pelos poderosos e seus cúmplices de plantão. Em tempos de intolerância, racismo e fundamentalismos, calar é criminoso. E já que nos referimos aos intelectuais, vejamos o que afirma Vargas Vila sobre os livros:

“À simples presença de um livro, sinto o desejo súbito de fugir; não me atrevo a tocá-lo; tenho a impressão de que aquilo é um cofre mal fechado que guarda uma víbora encolerizada e fatal que vai grudar-se à minha mão, inocular-me seu veneno e não me soltar nunca...” (XXXV).

“A desgraça dos homens de letras está em que, preocupados com a imortalidade, não se ocupam em ganhar a vida; morrem de fome, pela fome de não morrer; e não tendo o que comer no presente, se encarregam de devorar o futuro... e se alimentam com os lauréis do porvir; eis aí, porque todo gênio tem algo de herbívoro... devoradores de hipóteses” (XXXIX).

“Um livro te faz sofrer? Leia-o. Esse livro te salvará” (LXIX).

E, realmente, há livros que são perigosos; os ditadores e censores de todos os tipos que o digam. Não obstante, talvez o perigo maior esteja em transformá-los em objeto de culto, em suspender a dúvida e acatá-los como a “verdade a ser proclamada”. O tratamento religioso dos livros não se restringe àqueles que fundamentam as religiões, os quais são assumidos como a doutrina inquestionável, a verdade revelada; há autores profanos transformados em profetas e seus livros religiosamente cultuados como a última verdade proferida. E ai dos hereges que duvidarem da palavra profetizada e interpretada pelos especialistas, os seus guardiões.

Também é perigoso tomar os livros como a realidade. Se na ficção há lugar para personagens como D. Quixote, é triste o quixotismo moderno dos que vivem com os pés no chão e a cabeça nas nuvens e se mostram sempre ciosos de abstrair e restringir a conceitos a realidade dos homens concretos, de carne e osso, com suas qualidades e imperfeições. Estes são transformados em abstrações e/ou dilemas a serem superados pelo debate teórico. Quando só se consegue experienciar a realidade pela ótica dos livros, seus personagens fictícios adquirem vida própria e os modelos conceituais existentes em nossas cabeças passam a delimitar os personagens reais que caminham sobre o mundo. Os que se tornam escravos dos livros, não percebem a riqueza que há na simplicidade das relações humanas cotidianas concretas. O livro também induz à perdição, isto é, à perda do sentido do real. O apego exagerado aos livros é uma espécie de doença[2] que potencializa a vaidade dos candidatos a “gênios”, os quais, cada vez mais, se isolam do mundo dos simples mortais. Os que se encontram no Olimpo, ocupados com a imortalidade, têm dificuldades de se reconhecer nos comuns, cujos pés e cabeça teimam em se firmar na terra.

Os que preferem os livros à companhia humana, ou que só conseguem dialogar com aqueles que se identificam com suas leituras, falam de amizade como se esta tivesse seu fundamento nas teorias, conceitos e ficções literárias. Eles são capazes de debater por horas sobre o significado da amizade, desde os clássicos da antiguidade, mas são incapazes de suportar o amigo de carne e osso se este o trás de volta à terra e lhe fala em linguagem espontânea e vulgar. Parece que se protegem contra os choques que as relações pessoais reais inevitavelmente causam. Uma coisa é discutir a dialética dos livros, outra é assumir os conflitos inerentes ao humano.

Devemos tentar compreender. Em geral, os homens necessitam das ilusões e os livros são um convite à imaginação. Os homens são capazes de amar a humanidade em geral e até mesmo de se declararem dispostos a morrer por esta, mas são profundamente incapazes de suportarem o indivíduo concreto e específico. O próximo torna-se o distante, o conceito, a abstração. O ser humano tem dificuldade de assumir a verdade para si e nas relações com os demais. Ele precisa se refugiar na imaginação e na mentira. Dostoievski, que compreendia como poucos a alma humana, observou que:

“Existem nas recordações de todo homem coisas que ele só revela aos amigos. Há outras que não revela mesmo aos amigos, mas apenas a si próprio, e assim mesmo em segredo. Mas também há, finalmente, coisas que o homem tem medo de desvendar até a si próprio...” (1992:99).

Vargas Vila afirma algo semelhante:

“A sinceridade é uma virtude que a devemos somente a nós mesmos. Praticá-la com os outros é um suicídio” (LXXXIII).

Seja sincero e você corre o sério risco de ver decretada a sua morte social. Muitos lhe considerarão inconveniente e grosseiro; outros dirão que você padece da ingenuidade dos loucos e das crianças – os únicos que, em geral, não temem a espontaneidade – e o aconselharão a “pensar antes de falar”; dirão que seu tom de voz é ofensivo. O ser humano precisa mentir e, especialmente, ouvir mentiras. Ele não está preparado para conviver com a verdade. A mentira é o fundamento da nossa sociedade:

“O único método reflexivo de triunfar é a mentira; a verdade é espontânea e irreflexiva; por isso leva sempre à derrota; ninguém se salvou por dizer uma verdade; todos os vencedores o foram pelo poder de uma mentira...” (XXXIX).

“A mentira é o estado natural do homem. Na mentira vivemos, pela mentira gozamos e é do seio generoso da mentira que extraímos as únicas gotas de mel que adoçam a vida. A mentira é a esmola dos céus, nela vibra a bondade suprema, é ela que dá força ao espírito para não desfalecer, não morrer, não fechar as asas e cair dos céus exóticos do sonho sobre a terra miserável” (LXXII).

“A verdade é de tal maneira odiosa aos homens, que quando mencionam uma, a colocam na boca de um louco como Hamlet. E é para provar sua loucura que este diz uma verdade” (LXXX).

Nestas condições, onde a verdade deve ser socialmente dissimulada e substituída pelas aparências, talvez Vargas Vila esteja certo quando define a amizade como uma:

“... forma de comércio entre os homens, máscara de Aristófanes sob a qual se gesticula à vontade; consórcio de duas vaidades, junção de duas mentiras sob qualquer interesse sempre bastardo (...) a hipocrisia é o laço que une os homens em sociedade: no dia em que imperasse a franqueza, se destruiriam uns aos outros como os soldados de Cadmos” (XLIV).

“Assim falou Vargas Vila” e suas palavras “falam” por si mesmas. Resta-nos apenas escandalizar-se ou suspender os nossos preconceitos e refletirmos sobre o seu significado. Não precisamos acatá-las como verdades absolutas. Contudo, se não somos dos que temem a dúvida, temos algo a aprender. Afinal, se atentarmos bem para o nosso cotidiano, talvez nos assustemos em perceber que tais palavras, por constrangedoras que pareçam, servem bem para pensar o indizível, aquilo que não temos coragem de pronunciar. Quantos de nós estamos dispostos a assumir os riscos de dizer aos nossos amigos e pessoas amadas o que realmente pensamos delas? Quantas amizades, casamentos etc. resistem à verdade? Talvez por isso preferimos nos enganar mutuamente, como se pisássemos em cristais sem assumirmos o risco de quebrá-los.

Bazzo, ao disponibilizar parte da obra de Vargas Vila, pretendeu causar um “maremoto nas consciências dos leitores” e, ainda, fazer estremecer “as estruturas frígidas e canônicas do palavrório irracional vigente e da língua” (XXXI). Talvez alguns dos leitores tenham desistido de enfrentar a tormenta. Você que acompanhou estas reflexões até aqui, espero contar com a sua companhia até completar a travessia. Leiamos mais alguns anátemas de Vargas Vila:

Sobre Política...
“É sendo homem de partido que se chega ao poder; mas é deixando de ser homem de partido que se conserva o poder; os traidores sabem muito bem disso, e o praticam” (XLIII).

“De todos os inimigos das revoluções ninguém mas incomodados nem mais intolerantes que aqueles que foram revolucionários; eles não perdoam aos que pretendem levar à vitória os movimentos que eles levaram ao desastre. Crêem que porque eles envelheceram, as idéias envelheceram também, e que sua decrepitude é a decrepitude do mundo” (Id.).

“O direito ao voto me parece um direito ao envilecimento ; votar é abdicar; é eleger-se um amo; é dar-se um amo, é mais vil que suportá-lo; um homem livre não pode se aproximar de uma urna eleitoral se não é para Quebrá-la; votar é perpetuar a vida do tirano; daquele tirano que nos escraviza e nos envilece a todos: o Estado” (LIV).

“É tão fácil ter partidários... para isso basta renunciar a nossa liberdade. O que é difícil é conservar-nos autênticos e livres” (CVIII).

... e religião
“O homem é a mais forte razão de ateísmo que existe na terra; o homem é um argumento contra Deus” (XXXVI).

“A virtude cristã é uma virtude de escravos”. (LXXII).

“O homem que se ocupa de destruir ídolos, não tem porque se preocupar em fabricar outros: toda idolatria é o culto à mentira. Não existe nada sobre a terra, nem fora dela, nada digno de ser adorado pelos homens. A adoração é um sinal de debilidade, para não dizer de inferioridade” (XCI).

“O ódio dos sacerdotes aos filósofos e dos filósofos aos sacerdotes, não é ódio, é rivalidade de pastores empenhados em conduzir sozinhos o rebanho... e de tosquiá-lo” (CI).

“O mundo é tão absurdo que para explicá-lo, o homem teve necessidade de um absurdo ainda maior e criou Deus... e exclamou: credo in absurdum” (CVIII).

“Nada nos faz desconfiar mais da existência de Deus do que as pessoas que acreditam nele” (CIX).

As palavras de Vargas Vila fizeram-me pensar sobre a vida em todos os seus aspectos. Ficou o paradoxo da certeza expressa na epígrafe: duvidar; duvidar de mim, de todos e também do que li. Espero que tenhamos sobrevivido, sem ressentimentos, intolerância e/ou preconceitos, aos anátemas relacionados. Que cada um reflita e tire as suas próprias conclusões...

__________

[1] Para adquirir o livro escreva para: eziob@yawl.com.br. Detalhes e a apresentação de Ezio Flavio Bazzo estão disponíveis em: Revista Espaço Acadêmico, nº 49, Junho de 2005.

[2] Para uma reflexão sobre este tema ver: “Ler faz bem ou mal?”. Revista Espaço Acadêmico, nº 35, abril de 2004.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Albert Einstein

Only two things are infinite, the universe and
human stupidity, and I'm not sure about the former.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Empresa americana vai assessorar tucanos na CPI da Petrobrás. Como é que é?

Por Revista Consciência.Net em 01/09/2009

O Conversa Afiada recebeu o e-mail abaixo de uma fonte ligada à indústria do petróleo:

“O Senador Alvaro Dias declarou que o partido está em negociação com uma empresa de Houston, nos Estados Unidos, para auxiliar seu trabalho na CPI da Petrobras. E diz mais “Foi a única empresa até agora que topou nos ajudar porque não é daqui e deve trabalhar para as concorrentes da Petrobrás. Na próxima semana devemos ter muito mais munição”.
As motivações do PSDB aos poucos vão ficando claras. Para atacar um patrimônio nacional busca apoio em uma concorrente nos Estados Unidos, país que tem enorme interesse no enfraquecimento da Petrobras, já que pretende que suas empresas de petróleo ganhem importante fatia do pré-sal. Para isso contam com um senador tucano, que se dispõe a fazer o jogo do capital internacional contra a empresa brasileira.

Depois de tentar mudar o nome da empresa para PETROBRAX, agora os tucanos se dispõem a prestar relevantes serviços aos concorrentes de nossa maior empresa. Mas, sobre isso, a imprensa não fala uma linha.


Álvaro Dias deverá se encontrar com representantes de uma empresa de Houston na próxima semana para fechar contrato de investigação sobre a Petrobras. Dias deixou subentendido que a investigação que ficará a cargo da tal empresa pode ultrapassar a análise dos documentos enviados à CPI. O senador falou sobre essa questão com jornalistas do Globo, Estadão e Folha. Mas não deu detalhes.


Outro senador que estaria envolvido nos contatos com a empresa é Sérgio Guerra, mas ele se nega a falar sobre o assunto.”

O Conversa Afiada, na segunda-feira, perguntará ao senadores Álvaro Dias e Sérgio Guerra os termos da colaboração dos tucanos com a empresa americana para desestabilizar a Petrobrás e meter a mão no pré-sal.

O Conversa Afiada convida os amigos navegantes a fazer o mesmo.

O e-mail de Álvaro Dias é: alvarodias@senador.gov.br

E o telefone de seu gabinete é: (61) 3303-4059/4060

O e-mail de Sérgio Guerra é: sergio.guerra@senador.gov.br

E o telefone de seu gabinte é:(61) 3303-2382/2383
O Conversa Afiada pedirá ao presidente da CPI, senador João Pedro (PT-AM), que interpele os dois tucanos sobre esse ato que, se verdadeiro, seria uma forma de traição.

Produtividade no setor público supera a do setor privado

O Ipea avaliou a evolução da diferença de produtividade entre esses dois setores entre 1995 e 2006. “Em todos os anos pesquisados, a produtividade da administração pública foi maior do que a registrada no setor privado. E essa diferença foi sempre superior a 35%”, diz o presidente do instituto, Marcio Pochmann (foto). “Há muita ideologia e poucos dados nas argumentações de que o Estado é improdutivo, e os números mostram isso: a produtividade na administração pública cresceu 1,1% a mais do que o crescimento produtivo contabilizado no setor privado, durante todo o período analisado”, acrescenta.

Redação - Carta Maior

A administração pública é mais produtiva do que o setor privado. Essa foi uma das conclusões a que chegou o estudo Produtividade na Administração Pública Brasileira: Trajetória Recente, divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. O Ipea avaliou a evolução da diferença de produtividade entre esses dois setores entre 1995 e 2006.

“Em todos os anos pesquisados, a produtividade da administração pública foi maior do que a registrada no setor privado. E essa diferença foi sempre superior a 35%”, afirmou o presidente do Ipea, Marcio Pochmann, ao divulgar o estudo. “No último ano do estudo [2006], por exemplo, a administração pública teve uma produtividade 46,6% maior [do que a do setor privado]. O ano em que essa diferença foi menor foi 1997, quando a pública registrou produtividade 35,4% superior à da privada”.

O estudo diz que entre 1995 e 2006 a produtividade na administração pública cresceu 14,7%, enquanto no setor privado esse crescimento foi de 13,5%. “Há muita ideologia e poucos dados nas argumentações de que o Estado é improdutivo, e os números mostram isso: a produtividade na administração pública cresceu 1,1% a mais do que o crescimento produtivo contabilizado no setor privado, durante todo o período analisado”.

Segundo o Ipea, a administração pública é responsável por 11,6% do total de ocupados no Brasil. No entanto, representa 15,5% do valor agregado da produção nacional. “A produção na administração pública aumentou 43,3% entre 1995 e 2006, crescimento que ficou mais evidente a partir de 2004. No mesmo período, os empregos públicos aumentaram apenas 25%. Isso mostra que a produtividade aumentou mais do que a ocupação”, argumentou o presidente do Ipea. "Esse estudo representa a configuração de uma quebra de paradigma, porque acabou desconstruindo o mito de que o setor público é ineficiente”, defendeu Pochmann.

Entre os motivos que justificariam o aumento da eficiência produtiva da administração pública, Pochmann destacou as recentes inovações, principalmente ligadas às áreas tecnológicas que envolvem Informática; os processos mais eficientes de licitação; e a certificação digital, bem como a renovação do serviço público, por meio de concursos.

O presidente do Ipea lembrou ainda que as administrações estaduais que adotaram medidas de choque de gestão, como São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, não constam entre aquelas com melhor desempenho na produtividade. "Ou tiveram ganho muito baixo, ou ficaram abaixo da média de 1995 a 2006", afirmou, ressalvando que essa comparação não era objetivo do estudo, mas foi uma das conclusões observadas.

Fonte: http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=16123

sábado, 22 de agosto de 2009

Mitos e fatos II

"Enfrentamos a ira dos poderosos que não se conformaram em perder o poder ; eles sabem que aqui na Bolívia, um índio, cocaleiro e no Brasil, um metalúrgico, sindicalista estão fazendo mais do que eles fizeram em todo o século XX" (Presidente Lula ao Presidente Evo Morales, em Chimoré,Bolívia; 22 -08)

sábado, 15 de agosto de 2009

Mitos e fatos...

"Petrobrás tem o maior lucro do mundo entre as petroleiras; Banco do Brasil tem o melhor desempenho entre os bancos nacionais. Como era mesmo aquele discurso neoliberal, 'a ineficiência do setor público'?"

sábado, 8 de agosto de 2009

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Mas afinal, arte para quê?

Urge reconhecer o quanto do conhecimento, das leituras de mundo, das impressões e expressões da humanidade está registrado pela arte, representado pela arte, concretizado numa obra de arte, mobilizado no fazer artístico.

Isabel Marques e Fábio Brazil

Sensacional o número de respostas que recebemos na abertura desta coluna com o artigo Arte & Ensino: professores de arte, alunos e professores universitários, mães, pais, artistas, todos deram seu recado e fizeram questão de frisar a importância do assunto e narrar boas, más ou nenhuma lembrança de seus professores de arte da infância. Se a arte na escola fosse realmente dispensável, não teríamos tido um retorno tão contundente!

Para grande parcela da população, no entanto, assim como afirmaram muitos de nossos leitores, o professor de Arte ainda tem pouca importância, pouco espaço na escola e a Arte não é valorizada, ainda é vista como perfumaria. Então, por que ensinar Arte na escola?

A pergunta pode parecer absurda e ridícula para aqueles já convencidos da necessidade de termos Arte como uma componente curricular, mas não é. Se nós, os já convencidos, não formos capazes de responder clara e precisamente a essa questão, os não-convencidos ou aqueles que diluem Arte em Desenho Geométrico terão toda liberdade de desprezá-la, de não valorizá-la e, até mesmo, de pleitear o seu fim.

Podemos começar a conversa aceitando o fato de que, lamentavelmente, em muitas escolas, os professores e a matéria de Arte são mesmo “dispensáveis” (assim como muitos professores de matemática, geografia e inglês também!), pois não têm compromisso com o ensino, respeito pelos alunos e muito menos conhecimento específico de arte em si.

Por outro lado, quando temos contato com trabalhos sérios realizados por professores de Arte temos certeza absoluta do quão indispensável é esta área do conhecimento nas escolas e do quanto foram transformados os alunos que participaram destes processos de construção do conhecimento. Talvez caiba novamente uma pergunta – será que aqueles que não valorizam a arte na escola realmente tiveram acesso ao universo da arte e do artista por meio de seus professores?

Eis um primeiro bom motivo inicial para a presença da arte na escola: acesso.

Qualquer pessoa pode reconhecer o quanto do conhecimento, das leituras de mundo, das impressões e expressões da humanidade está registrado pela arte, representado pela arte, concretizado numa obra de arte, mobilizado no fazer artístico. Pois bem: ter Arte na escola é dar acesso a todas as crianças, jovens e adultos a esse conhecimento, sistematizando as diferentes linguagens que nos possibilitam interagir no mundo de uma forma diferente e diferenciada.

Surgem daí, duas questões - nossos interlocutores que desprezam o ensino de Arte nas escolas estão interessados em leituras múltiplas e diálogos críticos com o mundo em que vivemos? - Nossos professores de Arte, estão preparados para exercer o papel de articuladores do conhecimento e sistematizador de linguagens?

Já existem muitas teses, livros e artigos que argumentam em favor da arte na escola. Vamos a um outro argumento, simples e inicial, porém crucial para compreendermos o sentido da arte na vida em sociedade.

Uma vez articulada pelo professor, as diferentes linguagens artísticas possibilitam-nos diversas leituras de mundo imbricadas entre si e em movimento dialógico constante entre pessoas, tempos e espaços. As diversas leituras de mundo via diferentes linguagens – não somente a verbal – possibilitam-nos conhecer, reconhecer, re-significar e expressar o sentido da vida em sociedade.

Cada linguagem artística que conhecemos possibilita-nos um novo olhar e uma nova vivência de mundo. As linhas, cores, texturas, volumes propostos pelas artes visuais abrem-nos para leitura dos mundos de imagens em que vivemos. As formas, a ocupação do espaço, as qualidades do movimento presentes na linguagem da dança, abrem as portas para o corpo no mundo, para o ser corpóreo que somos. Os timbres, ritmos, melodias da linguagem da música, por sua vez, abrem as janelas dos sons, das diversas paisagens sonoras que compõem o nosso cotidiano. Pelo teatro, abrimos as portas das relações pessoais, das personagens, do texto, do espaço cênico. A visualidade, a sonoridade e forma das palavras tomam novo sentido ao estudarmos a linguagem da poesia. Ou seja, por intermédio do conhecimento e vivência das linguagens artísticas, tornamo-nos seres mais amplos, mais profundos, mais complexos, mais múltiplos e, conseqüentemente, mais conscientes e compromissados. Mas a quem interessa tudo isso?

Sim, eis mais uma pergunta justa. Ou o professor de Arte está interessado em tudo isso, ou não está ensinado arte. É importante termos certeza de que toda a potencialidade do ensino de Arte só se tornará real se o professor de Arte acreditar que pode atuar como agente transformador dos/com seus alunos e conseqüentemente da sociedade em que vivem e que esse é um dos focos essenciais do exercício da sua profissão. Caso contrário, continuaremos sendo professores dispensáveis colando bandeirinhas para a festa de São João.


(*) Isabel Marques e Fábio Brazil, professores e artistas, dirigem o CALEIDOS ARTE E ENSINO em São Paulo, capital, ministrando cursos e prestando assessoria a secretarias de educação, escolas públicas e privadas nas áreas de dança e poesia.

Fonte: http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=8025

The Genius in Us

All children are born geniuses, and we spend the first six years
of their lives degeniusing them.

Buckminster Fuller

sexta-feira, 24 de julho de 2009

O que é essencial para todos?

Por Gustavo Barreto em 24/07/2009

“O homem é essencialmente um ser de cultura”, argumenta o professor Denys Cuche, da Universidade Paris V. A cultura é um campo do conhecimento humano que nos permite pensar a diferença, o outro e dar um fim às explicações naturalizantes dos comportamentos humanos. As questões étnica, nacional e de gênero, por exemplo, não podem em hipótese alguma serem observadas em seu “estado bruto”. É o caso da relação homem-mulher, cujas implicações culturais são mais importantes do que as explicações biológicas.

E por que se faz importante fazer esta breve introdução, na questão da ideia do Vale Cultura, lançada pelo Governo Federal e atualmente em discussão com os atores sociais da área? Porque urge que nossa legislação passe por uma transformação, dado que a principal lei do setor está defasada (é de 1991) e é insuficiente para os desafios atualmente expostos.

O conceito de “cultura” é tão reivindicado quanto controverso. Ouvimos esta palavra diariamente, para os mais diversos usos: cultura política, cultura religiosa, cultura empresarial. Também serve para complexificar e ampliar um debate sobre um tema difícil (“isso é cultural”), para finalizá-lo (“não tem jeito, isso é cultural”) ou gerar preconceito contra um grupo social (“o povo não tem cultura”). São múltiplos os usos.

Está claro que incentivar as manifestações culturais de um povo é condição indispensável para seu desenvolvimento. É certo que este instrumento deve atingir um de seus principais objetivos: a desconcentração regional e a democratização do acesso a produtos culturais. A simples injeção de R$ 600 milhões por mês no mercado cultural, podendo atingir até 12 milhões de brasileiros, já é um grande benefício.

O curioso na iniciativa do Governo, que já tramitava no Congresso desde 2006, é a questão tardiamente (e fatalmente) gerada para reflexão: o que é essencial para todos? Se o trabalhador possui o Vale Transporte e o Vale Alimentação, por que não o Vale Cultura? Este debate – e o debate é justamente este – gera reações ainda mais curiosas.

A mais risível é a que ataca a proposta como “dirigista”, afirmando que o tempo do dirigismo cultural já acabou em todo o mundo. Uma simplificação melancólica e uma inverdade: governos de países que alcançaram bons índices de desenvolvimento humano investem muito mais na cultura do que o Brasil. Os ataques têm nome: são os mesmos que falam em “alta cultura” e compõe as velhas oligarquias deste setor, pois concentraram por muito tempo a exclusividade dos “negócios” da cultura. Alguns chegam a duvidar da “qualidade estética” dos produtos culturais a serem consumidos.

Estão claros os inimigos deste discurso conservador: o trabalhador, que passa a ser progressivamente um crítico de cultura, e as manifestações da cultura popular – ora atacada, por exemplo, por meio da restrição à cultura do funk carioca.

A aprovação do Vale Cultura será um passo importante, dentro de uma longa caminhada, para a inserção de milhões de brasileiros no universo privilegiado da cultura local, regional e nacional.

(*) Gustavo Barreto é produtor cultural no Rio de Janeiro e mestrando do Programa de Pós Graduação em Comunicação e Cultura na UFRJ. Artigo publicado também no Jornal do Brasil do último domingo (19/7).
Fonte: http://www.consciencia.net/?p=422

sábado, 11 de julho de 2009

Mundo

Ao redor da humanidade
Só há desigualdade, coisa sem igual
A diferença é a maneira de pensar
Mas pobreza e miséria sempre houve e haverá (2x)

Ninguém se preocupa com você, pode crê
Pisca os olhos e já vê, isso passa na TV (2x)

Mas acredito nesse mundo brutal
Porcos e lavagens tudo no mesmo quintal
Mas surge um passarinho que vem me avisar
Tudo passa, se renova e vem para restaurar (2x)

Ninguém se preocupa com você, pode crê
Pisca os olhos e já vê, isso passa na TV (2x)

Mas acredito nesse mundo brutal
Porcos e lavagens tudo no mesmo quintal
Mas surge um passarinho que vem me avisar
Tudo passa, se renova e vem para restaurar (2x)

Letra: Winston dos Santos Souza
Música: Eduardo Melo Padua

Deleite

Um homem
Em arte, vida
Em vida, arte
Criação

Anomalia da ação
Reentrâncias da existência
Em lábios soltos
Envolto

Artista da antítese
Mago, Ilusionista
Deitado na essência
Envolto em sensações

Estendido ao sol
Seco de viver
Sem artes, cantaste

Em tua rede, deito
Deleite, ser
Metamorfose

Retratos
Imagem
Metamorfose

Letra: Carlos Alberto Mota Castro

domingo, 28 de junho de 2009

Good Ideas

Where do good new ideas come from?

That´s simple! From differences. Creativity comes from unlikely
juxtapositions. The best way to maximize differences is to mix ages,
cultures and disciplines..

Nicholas Negroponte

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Muito além do horizonte

Paraíso no ar
Correr ao sol
De manhã
Céu azul

Agora vou ser
Só nós, eu e a paz
Pegadas na areia

Vamos seguir
De vagar
Vento soprar
Maresia

Visões distorcidas
Sereia ao mar
Vem me buscar

Lira da vida
Nuvens ao mar
Vem me buscar

Na Ponta D’Areia
Visões do infinito
Na beira do mar
Do Maranhão

Letra: Carlos Alberto Mota Castro (Maranhão)
Música: Eduardo Melo Padua

Mandinga

Canto de dor
A Mandinga vingou
Gênio do amor

Meu Gênio é viver
Ninguém me invocou
Prisioneiro do eu

Ritual da existência
Mandinga passada
Arte de viver, cantiga

Filho do Tempo,
Cadê seu relógio?
O espelho quebrou

Alquimia do Amor
Queria ser sol
Mas a lua casou

Ritual da existência
Mandinga passada
Viver por viver, sofrer

Cantiga de amor
Meu mal dizer
Mandinga de Amor

Amor só é bom
Se viver
Se viver

Letra: Carlos Alberto Mota Castro (Maranhão)
Música: Eduardo Melo Padua