E se de repente os poetas entrassem em greve
E de repente acabasse a poesia
E se de repente os poetas explicassem:
Rosas não têm espinhos
Se de repente eles descessem
Das torres de ametista
Se o rosa deixasse de ser artifício
E tornar-se ofício
Se o cálice secasse
Se a embriaguez acabasse
E a ciência cortasse meu encanto
E meu pranto desse lugar à verdade
Que meu coração bate, por encanto
Enquanto é novo e apetitoso
Enquanto me satisfaz
Enquanto ainda não sou eterno
Enquanto te faço inteira
Mas em cada pisada, risada
De meu horror pela mentira
Sentimento da ciência
Hormônios em homeostase
Em meus fluidos, meu amor
Desencanto nesse encanto
Carlos Alberto Mota Castro
Nenhum comentário:
Postar um comentário