domingo, 22 de maio de 2011

Greve dos Acúleos

E se de repente os poetas entrassem em greve 

E de repente acabasse a poesia 

E se de repente os poetas explicassem:

Rosas não têm espinhos

 

Se de repente eles descessem 

Das torres de ametista 

Se o rosa deixasse de ser artifício 

E tornar-se ofício

 

Se o cálice secasse 

Se a embriaguez acabasse 

E a ciência cortasse meu encanto

E meu pranto desse lugar à verdade

 

Que meu coração bate, por encanto

Enquanto é novo e apetitoso 

Enquanto me satisfaz 

Enquanto ainda não sou eterno

 

Enquanto te faço inteira

 

Mas em cada pisada, risada 

De meu horror pela mentira 

Sentimento da ciência

 

Hormônios em homeostase 

Em meus fluidos, meu amor 

Desencanto nesse encanto 

 

Carlos Alberto Mota Castro

Nenhum comentário:

Postar um comentário